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Por que Dilma não se mete na dívida de Alagoas?

O governador Teotonio Vilela Filho(PSDB) conversou, com a presidente Dilma Rousseff, sobre a reestruturação dívida pública alagoana- hoje em R$ 7 bilhões.
Segundo o Governo, Dilma negou a Vilela a reestruturação- assunto que pauta o chefe do Executivo desde o primeiro dia, do segundo mandato.
Mas, de acordo com o Governo do Estado, Dilma estaria disposta a compactuar, junto ao Banco Mundial e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para que Alagoas tivesse melhores condições de pagamento.
A declaração é apenas um cavalheirismo. Ela não deve se concretizar.
Há dois anos, Vilela assinou, com o BNDES, um empréstimo de R$ 249 milhões. Ao Banco Mundial, pediu R$ 342,5 milhões. A soma dos dois empréstimos- R$ 591,5 milhões- “sangra” os cofres do Estado em R$ 7,5 milhões/ano.
Afora os 15% da Receita Corrente Líquida, pagos ao Tesouro Nacional, resultado dos últimos doze anos de empréstimos fracassados- o destino do dinheiro é a principal pergunta, sem respostas.
Entre estes empréstimos, as Letras Financeiras do Tesouro Estadual. Ou, as “letras podres”.
Os 15% equivalem a R$ 500 milhões enviados por ano, aos cofres da União.
Os dois empréstimos- pedidos há dois anos- são abatidos na dívida pública de R$ 7 bilhões
E esta dívida só cresce.
Refinanciada por 30 anos, a dívida alagoana estava orçada em R$ 2,3 bilhões (1998).
Em dezembro de 2004, R$ 5,1 bilhões, isso depois de 2002, com um novo acordo das Letras mais a dívida incorporada da falência do Produban, o banco do Estado.
Um ano depois (2005), os cofres de Alagoas tinham desembolsado R$ 1,8 bilhão em juros. Em dezembro de 2005, Alagoas já devia R$ 5,6 bilhões. Agora, R$ 7 bilhões, somados aos juros.
E os dois empréstimos conseguidos na época- e hoje um assunto bastante sigiloso no Governo?
Disse Vilela, na época da assinatura destes empréstimos:
“Olha, esses empréstimos são as meninas dos olhos dos governadores, dos prefeitos, porque é um empréstimo completamente diferente deste financiamento do Tesouro que tem juros muito altos, que sangra direto na folha do FPE [Fundo de Participação dos Estados] e que penaliza muito os estados. Esse empréstimo é para ser pago em 30 anos, com os juros mais baixos do mundo, 1/10 do que se paga para a União. É um dinheiro muito barato, vem direcionado e atrelado a projeto estruturante. É um dinheiro que o Estado tenta ter há 25 anos. Está sendo feito agora porque foi feito o ajuste fiscal, já definimos a capacidade de endividamento e nos credenciamos a isso”.
Dois anos depois, o pedido do governador- a presidente da República- parece também um atestado de que o “dinheiro barato” ainda continua sendo esperado, na porta do cofre.

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