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Luis Vilar

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Posições de Ricardo Barbosa o complicam no PSOL

Os últimos acontecimentos na Câmara Municipal de Maceió envolvendo o vereador Ricardo Barbosa (PSOL) reacenderam divergências internas no partido que podem culminar no acelerar do processo que o edil responde dentro do Conselho de Ética nacional da agremiação.

Ricardo Barbosa foi representado pelas posturas que já vinha adotando dentro do Legislativo municipal, como ter votado em Galba Novaes (PRB) para a presidência da Casa de Mário Guimarães, além do recebimento de verbas de gabinete.
A companheira de partido de Ricardo Barbosa dentro da Casa, a vereadora Heloísa Helena (PSOL), não faz uso das verbas. Heloísa Helena também se posicionou contrária ao reajuste do duodécimo do “parlamento-mirim” que foi de R$ 35 milhões/ano para R$ 42,3 milhões/ano. Ricardo Barbosa não comentou o assunto.

Além disto, o vereador do PSOL passa a ser questionado por ter entregue o requerimento da Comissão Especial de Investigação (CEI) da “máfia do lixo” para a Mesa Diretora, possibilitando assim o pedido de votação – que foi feito por João Luiz (Democratas) – “sepultando” a possibilidade da comissão ser instaurada.

O pedido de abertura da CEI contava com as assinaturas de Ricardo Barbosa, Heloísa Helena, Paulo Corintho (PDT), Luiz Pedro (PMN) e Marcelo Malta (PCdoB). Agora a situação de Ricardo Barbosa passa a ser alvo de uma discussão do Diretório Regional do PSOL, que deve se reunir na próxima semana. O diretório deve avaliar ainda a possibilidade de gastos irregulares com verba de gabinete da Câmara Municipal de Maceió por parte de Ricardo Barbosa, com base no que foi denunciado pelo Ministério Público Estadual, no ano passado.

O ambiente interno do PSOL mais uma vez colocará em confronto Ricardo Barbosa e Heloísa Helena. É possível inclusive um pedido de expulsão de Barbosa dos quadros do partido. Por enquanto, o presidente estadual do PSOL, Mário Agra, defende apenas a suspensão de Ricardo Barbosa da legenda antes mesmo da conclusão do processo que se encontra no Conselho de Ética. O vereador do PSOL pode ser inclusive retirado da presidência do diretório municipal

No ambiente interno do PSOL, destaca-se que a ação de Ricardo Barbosa em relação a CEI do Lixo deixou o partido em situação bastante delicada em Alagoas. De acordo com um dos integrantes do PSOL, o vereador estaria fazendo “malandragens”. O partido aguarda a chegada da comissão da Executiva Nacional em Maceió. Porém, a data ainda não foi marcada.

O diretório Regional – entretanto – tenta apressar a vinda da Comissão de Ética para que se resolva a polêmica envolvendo Barbosa, que já é candidato à reeleição em 2012, de preferência pelo PSOL.

De acordo com um dos membros do diretório do PSOL, Alexandre Fleming, as explicações sobre a legalidade da verba de gabinete, o voto em Galba Novaes e alguns ataques de Barbosa a Heloísa Helena ainda não foram explicados.

Versão de Ricardo

Em entrevista a este repórter, o edil disse que sabia rumores da movimentação interna do partido e de reuniões que estavam acontecendo no diretório, inclusive publiquei texto no jornal Tribuna Independente. “Eu sou o presidente do diretório municipal e soube de reuniões que acontecem,m as não tenho certeza delas, porque não fui eu quem convoquei. Se elas estiverem acontecendo, eu não entendo o que o PSOL quer em Alagoas”, frisou.

“Eu não entendo porque o partido questiona a minha conduta que sempre foi combativa e de luta dentro da Câmara Municipal de Maceió. Desde o início do mandato eu cumpri o papel fiscalizador, denunciando esquemas de Oscips, da máfia do lixo e propus a redução do remanejamento percentual do orçamento de 10%, que é um valor menor inclusive do que o que é defendido por Heloísa Helena”, colocou ainda Ricardo Barbosa. Segundo ele, as conversas de bastidores de que ele teria sido favorecido para enterrar a CEI “são mentiras absurdas”.

Ricardo Barbosa ainda coloca: “É estranho que de uma hora para outra eu vire o pior vereador de Maceió para o partido. Eu acho estranho. Isto vai ser objeto para que se questione a conduta do PSOL. O partido é contra a CEI? Contra a redução do percentual de remanejamento? Se houve de fato esta reunião para questionar a minha conduta e pedir uma possível suspensão, eu estranho, pois eu sempre agi dentro do campo da oposição e de fiscalização dos atos do prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP)”.

Barbosa lembrou que foi ele inclusive que pediu esclarecimentos em relação às irregularidades da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito e que foi um dos que encampou a bandeira da licitação do transporte público. “Se estas condutas não correspondem ao que o PSOL quer e pensa, eu não sei o que dizer”. Quanto ao processo que responde na Comissão de Ética, Ricardo Barbosa disse que quem propôs a investigação interna foi ele mesmo.

“Foi uma proposição minha. Fiz um documento político em relação à falta de empenho do partido quanto à candidatura á presidência do Plínio Arruda em Alagoas e fui contra a vinda do Padre Eraldo para a legenda, que fez campanha aberta para Luiz Dantas (PMDB) e Renan Calheiros (PMDB) no interior do Estado de Alagoas. Não entendo agora, porque eu sou o culpado. Quero que a comissão me investigue, mas que também investigue o papel do PSOL em Alagoas”, sentenciou. Ricardo Barbosa finalizou a entrevista destacado que fica no PSOL e só sai se for expulso.

“Eu fico no partido porque a minha trajetória me credencia a isto. Ela é compatível com a história e o papel do PSOL”, colocou o vereador. O PSOL – após os últimos acontecimentos na Câmara Municipal de Maceió – possui uma crise interna para administrar que só será resolvida com a Comissão de Ética.

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