Luis Vilar
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Alguns parlamentares alagoanos – insatisfeitos com as decisões judiciais que afastaram a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa – resolveram – em um ato de “amizade” extrema – demonstrar solidariedade ao presidente Antônio Albuquerque (Democratas) deflagrando “uma greve” que funciona em “sistema de rodízio”.
De acordo com o que se comenta na desértica – pelo menos nos últimos dias – Assembléia Legislativa, o grupo que deu apoio inconstitucional ao presidente afastado Antônio Albuquerque deve ir aparecendo de par em par nas sessões ordinárias. Se houver de fato um acordo, ele vem sendo cumprindo a risca. O “grupo do presidente” vem se alternando, o que acaba não dando quorum para as sessões.
Com isto se deflagra uma “greve silenciosa” que “engessa o Estado de Alagoas” ainda mais. Projetos importantes, inclusive os vetos do Executivo às emendas parlamentares e o desmembramento da Secretaria de Infra-estrutura – na de Habitação e Obras – ficam presos, sem que ninguém toque. O último projeto, por exemplo, possui ligação direta com o PAC. Todos já sabem da importância destes valores para a sociedade.
O estranho é que mesmo diante disto tudo, algumas autoridades optem pelo silêncio, ou por esperar que as investigações da Polícia Federal terminem. A cada dia que passa, alguns deputados estaduais levantam ainda mais suspeitas diante das ações. Por que o boicote? Revolta com a Justiça ou simplesmente o orgulho que impede de comparecer a sessão como um mortal deputado e não como o membro da “impenetrável” Mesa Diretora.
Para o povo, o conselho é sempre “mais paciência e mais paciência”. O rodízio – caso seja de fato um fato – é mais uma das vergonhas com a qual o Legislativo vai ter que conviver e só contribui para aprofundar ainda mais a crise institucional na qual o Poder Legislativo se encontra. Legislativo, diga-se de passagem, com metade dos parlamentares na condição de indiciados por algum crime. Grande parte dos indiciados nas conseqüências da Operação Taturana.
Sendo assim, será que em toda sessão ordinária será um “procura-se um deputado”. O que nossos parlamentares estão evitando: a imprensa? A sociedade? O espelho?
Para entender melhor basta uma retrospectiva dos fatos: quando Albuquerque foi afastado da Mesa Diretora pela primeira vez – lá na decisão do juiz Gustavo Lima – ele puxou a sessão de abertura para o dia 15 de fevereiro, mas não foi. Aliás, coincidentemente, nenhum dos afastados foi. Quando ele regressou à Mesa, por desentendimento do Tribunal de Justiça, ele reapareceu na Assembléia com coletivas, medidas (consideradas inócuas pela OAB), e sentou na cadeira da presidência.
Diante do novo afastamento, Albuquerque não apareceu. Desta vez, Sextafeira – que deveria puxar novas eleições – não foi. Adiar, adiar, adiar, adiar, até o último suspiro. Parece que esta é a ordem. Assim como foi adiado, adiado, adiado, adiado, os boatos que dariam conta de que haveria uma operação da Polícia Federal na Assembléia Legislativa de Alagoas. O boato virou fato. “Contra fatos não há argumentos”, já dizia o superintendente da PF, José Pinto de Luna.
E se a situação ficar insustentável? O procurador de Justiça, Coaracy Fonseca, defende o que mesmo? Ah, intervenção…