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DO DIÁRIO DE PERNAMBUCO
Apontado como provável candidato a uma cadeira na Assembleia Legislativa em Pernambuco, o vice-presidente nacional do PSL, Gilvan Pontaleão, está sendo acusado de "alugar" a legenda para as eleições deste ano. A denúncia é do ex-candidato a governador de Alagoas, Gerson Guarines, que teria fechado o negócio com o dirigente do PSL e, depois, sido escanteado. O acordo, segundo ele, contava com duas vertentes, a política e a financeira. O compromisso financeiro seria para alavancar a candidatura de Pontaleão. O vice-presidente é coordenador político nacional do PSL e considerado, nos bastidores, pessoa de confiança do presidente nacional do partido, Luciano Bivar.
"O compromisso financeiro normalmente se dá como uma luva para assumir o partido no estado", revelou Guarines. Na linguagem esportiva, "luva" é o termo empregado para valores pagos aos atletas como maneira de incentivá-los a assinar determinados contratos. O ex-candidato a governador, no entanto, preferiu não fazer referências ao suposto valor. Nos bastidores, comenta-se que o acordo foi estipulado em R$ 100 mil. Ao ser questionado sobre o assunto, Guarines alegou que "investimentos" desse tipo, no meio político, costumam se dar de maneira extraoficial, o chamado "por fora", sem registro da negociação. "É uma ajuda que a gente se propõe a dar, conforme o interesse recíproco, para que as coisas possam se encaminhar".
Guarines afirma ter decidido denunciar o caso depois de o desfecho do acordo ser protelado pela direção nacional. E ao ver sua candidatura a deputado estadual correndo o risco de não passar na convenção do partido. Segundo ele, as negociações para comandar o PSL teriam durado cinco meses. No primeiro momento, contou, houve uma série de conversas. A maior parte, no Recife. De acordo com Guarines, num dos encontros, ele, Pontaleão e Bivar chegaram a posar juntos para fotos (ao lado).
Em novembro passado, Pontaleão assinou a nominata (veja reprodução nesta página), documento por meio do qual são nomeadosos sete integrantes da comissão provisória do PSL estadual. Guarines aparecia como presidente. Mas para a chapa ter validade jurídica era necessário o registro, no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE -AL), da ata da assembleia relativa ao assunto. O registro não ocorreu.
Para o ex-candidato a governador, a ata não foi protocolada porque Pontaleão teria visto a possibilidade de "barganha" com outro grupo. Guarines afirma que o diretório estadual foi entregue a um grupo ligado a João Lira (PTB), derrotado a governador de Alagoas em 2004. Lira, na época, tinha o apoio do PSL e perdeu para Teotônio Vilela Filho (PSDB), que tentará a reeleição em outubro deste ano. Segundo Guarines, com o apoio dele, que é aliado do governador, os recursos para a alavancar a campanha de Pontaleão à Assembleia Legislativa viriam do grupo que apoia o gestor tucano. Logo, a legenda estaria mudando de lado.