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Luis Vilar

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PSOL, Fleming e a ‘orientação do chefe’

Internamente o PSOL de Alagoas – que enfrenta uma crise interna – pensou que arrefeceria os ânimos e sairia da mídia após o afastamento do vereador Ricardo Barbosa do partido.

Afinal, o afastamento não significa – como coloca o presidente do diretório municipal, Alexandre Fleming – um pré-julgamento, mas sim uma decisão tomada pela maioria do diretório para preservar o partido e o edil por Maceió, que ainda enfrentará a Comissão de Ética nacional do PSOL.

Ricardo Barbosa foi afastado – ainda segundo Fleming – por não ter realizado reuniões no diretório para discutir ações, nem prestar esclarecimentos quanto ao voto em Galba Novaes (PRB) para a presidência da Câmara Municipal; e em relação ao desconhecimento do uso das verbas de gabinete, como já se sabe e foi amplamente divulgado pela imprensa.

Oito membros do PSOL aprovaram a decisão de afastar Ricardo Barbosa. Apenas quatro se posicionaram contra. Para Fleming, isto é a prova maior de que o partido seguiu um rito democrático, “longe de um processo inquisitório”.

“Não queremos julgar, nem pré-julgar Ricardo Barbosa. Apenas, o PSOL precisava tomar uma decisão a respeito. E quem a tomou foi o diretório, que decidiu democraticamente pelo afastamento até que a Comissão de Ética decida se o vereador deve ou não continuar no PSOL. É até uma forma de preservar o próprio Ricardo, que vai ter que se defender no Conselho”, salienta.

Ainda não há data prevista para a visita do dito Conselho de Ética. Mas, o afastamento de Ricardo Barbosa já aponta com seus desdobramentos. Inclusive, com o pedido de afastamento – oficial – de dois membros do PSOL que integram o grupo de Barbosa. Outros já anunciaram a saída, mas – conforme Fleming – não oficializaram ainda. “Estou sabendo dos demais pela imprensa”, diz.

Fleming ressalta que não há “estranhamento” quanto aos dois pedidos de afastamento oficial entregues por Petrúcio Nascimento e Carlos Amorim. Nem pelos anunciados, como o caso de Nivaldo Mota, Ricardo Oliveira Bertoni e Alexandre Barbosa. “É natural que se afastem. Eles seguem a ordem do chefe (Ricardo Barbosa)”, salientou ainda.

De acordo com Fleming, os afastamentos se dão porque são pessoas “ligadas” ao gabinete do vereador Ricardo Barbosa. O que leva a crer – friso deste blogueiro e não do presidente municipal – que a discussão começa a sai campo ideológico e envereda para caminhos que precisam ser melhores explicados.

“O que me estranha não são os afastamentos, mas sim querer passar como se fosse um processo inquisitório do PSOL. O que não é verdade, pois o próprio Ricardo Barbosa foi afastado por decisão de uma maioria. A situação foi discutida e votada dentro do partido. Uma decisão que envolveu oito votos, contra quatro”, colocou.

Alexandre Fleming ainda complementa: “caso o Ricardo Barbosa não concorde com a decisão tomada pelos membros do PSOL, ele mesmo pode recorrer às instâncias superiores a do diretório municipal, mas não o fez”, colocou. O presidente municipal ainda alfineta sem citar nomes: “tem membro aí que se afasta de boca e pela imprensa, quando primeiro deveria ter formalizado a situação no diretório”.

Para Fleming há uma orientação superior nos afastamentos e no interesse de alastrar a crise?! Bem, dá para entender algo neste sentido nas entrelinhas da declaração do presidente municipal do partido. Mas, vale lembrar, que na crise do PSOL há dois fatos que são do interesse público por envolverem prestações de contas da verba indenizatórias, além – evidentemente – de uma discussão que surgiu de forma posterior: os bastidores do sepultamento da CEI da “máfia do lixo”.

Quanto ao segundo, Ricardo Barbosa prestará esclarecimentos ao Ministério Público. O vereador – que é oposição! – denunciou uma barganha no subterrâneo da Câmara Municipal de Maceió para que a CEI não fosse instalada. Por isto, o próprio Barbosa resolveu entregar o requerimento à Mesa Diretora para que fosse votado.

Quanto às verbas indenizatórias, o edil afastado do PSOL diz que a prestação está toda regular e o dinheiro foi gasto dentro dos princípios da legalidade, inclusive com documentação encaminhada ao Ministério Público Estadual (MPE). Quem detém a verdade em meio ao barulho sob o qual os psolistas dormem?! Aliás, durma-se com um barulho desses!

Alexandre Fleming afirma e reafirma: “O diretório municipal agiu da forma correta, inclusive submetendo a questão a todos os seus membros. A decisão foi da maioria. Não houve processo inquisitório”.

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