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Depois de fechar aliança com o PC do B e PT, na administração municipal, o prefeito Cícero Almeida (PP) empossou o novo secretário Municipal de Economia Solidária e Qualificação Profissional (Semeq), Arnóbio Cavalcanti, filiado ao PDT, do ex-governador Ronaldo Lessa, que indicou Arnóbio e acompanhou ontem a posse do economista.
De acordo com o prefeito, a aliança entre PDT e PP, na administração municipal, não está ligada às articulações políticas para 2010. “Os partidos que estão em nosso projeto têm autonomia. Se amanhã quiserem sair do Governo, podem fazê-lo. Ano que vem, o processo político não será decidido por grupos, mas pela sociedade”, disse Almeida, referindo-se também ao PT e ao PC do B. A Secretaria de Governo também é de indicação do PDT.
Mas, a posse de ontem se transformou em um prenúncio das eleições. Além de Lessa, candidato ao Senado, estavam o ex-vice-governador Luis Abílio (PDT), a ex-presidente da Associação dos Municípios de Alagoas (AMA) e candidata ao Senado, Rosiana Beltrão, a vice-prefeita e provável candidata a deputada federal Lourdinha Lyra (PRB), os deputados federais Givaldo Carimbão (PSB) e Benedito de Lira (PP)- este último provável candidato a senador-, além de vereadores e ex-secretários da era Lessa. A agenda partidária dominava os discursos e o próprio prefeito não descartava candidatura ao Governo ano que vem.
“Mesmo quando estávamos na oposição à sua administração, reconhecíamos os avanços da Prefeitura”, disse Lessa. “Procurei o senhor, governador, em 2008, o senhor lembra? Para uma composição política. Pois agora estamos na Prefeitura em Maceió. Temos uma oxigenação em Maceió porque uma casa não se constrói do teto, mas pela base”, avaliou o candidato-deputado Benedito de Lira.
A proposta da nova secretaria municipal é atrair recursos federais específicos em políticas públicas para os jovens. Por isso, foram assinados ontem termos de cooperação, com o Ministério do Trabalho, para linhas de microcrédito, economia solidária e primeiro emprego. “Nosso alvo são os jovens entre 0 e 17 anos. Nós consideramos esta idade como a do lucro, ou seja, são jovens que podem ser afastados do mundo das drogas e participar do mercado de trabalho”, explicou o novo secretário. De acordo com ele, que é ex-assessor técnico do Ministério, o Brasil perde R$ 300 bilhões por ano por não formar jovens, em idade produtiva, para o mercado.
Assim, a nova secretaria terá um Sistema Nacional de Emprego, com um cadastro municipal, programas voltados a jovens empreendedores (eles apresentam projetos e obtêm financiamento), além de receber uma bolsa, incluindo informações para obtenção de linhas de crédito em bancos públicos.
“Queremos atingir um público para formarmos uma rede com políticas sociais. Temos o Bolsa Família, para um público. Agora, queremos atingir os jovens. Por isso, estamos conversando com o Pedro [Montenegro, secretário Municipal de Direitos Humanos, Segurança Comunitária e Cidadania] para que os nossos programas possam atingir jovens considerados em conflito com a lei. Depois, vamos para uma outra meta: os jovens em vulnerabilidade social. Temos uma meta ambiciosa: queremos incluir 30% os jovens, que estão fora de tudo, dentro dos nossos programas”, afirmou Arnóbio. Segundo ele, Maceió está gerando atualmente 150 mil empregos formais. “Mas, um supermercado que inaugurou há pouco tempo teve que demitir jovens porque não eram qualificados para o trabalho”, explicou.
Doutor em Economia e professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Cavalcanti era secretário de Desenvolvimento Econômico entre 2003 e 2005, no governo Ronaldo Lessa.
Considerada líder nacional em homicídios, pelos dados do Ministério da Justiça, e de acordo com dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), uma das capitais com maiores riscos de um jovem ser assassinado, a nova secretaria é um dos elos da rede de proteção social da Prefeitura da capital. “Alagoas perde milhões de reais todos os anos porque não tínhamos, em Maceió, uma secretaria específica para a área de economia solidária”, afirmou Cavalcanti.
GGIM
Coordenador do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), o advogado Narciso Fernandes disse ontem que a administração municipal tem de reativar o Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), que discute, além dos programas em rede social, ações específicas e emergenciais em bairros ou possíveis problemas na área de segurança da capital.
“Maceió corre o risco de perder dinheiro se o GGIM não voltar a funcionar. Este ano não houve uma reunião do gabinete”, explicou o advogado. Para Alagoas, em projetos que estão sendo discutidos em Brasília, de acordo com o coordenador, poderão ser depositados nos cofres estaduais, este ano, R$ 60 milhões. Ano passado, foram R$ 42 milhões.
“Os programas de segurança tem que estar acima do calendário eleitoral. Até agora, não existem problemas envolvendo eleições. Mas, temo que isso possa acontecer ano que vem”, disse o coordenador.
“Hoje, o que vemos em Alagoas é que se perde dinheiro por falta de uma equipe técnica. E existe também a burocracia interna do Estado. Uma licitação, para ser feita, se arrasta por meses”, reclamou. “Mas, em Maceió o que observo é que o prefeito escolheu quadros muito bons. Os secretários Pedro Montenegro e Arnóbio Cavalcanti têm muito conhecimento em suas áreas e podem trabalhar em rede com o Estado. Não falta dinheiro. Isso não é problema. Faltam projetos”, enfatizou Fernandes.
Ouvido, o prefeito Cícero Almeida disse que a reativação do GGIM está na agenda do secretário Montenegro. “O Pedro está tomando pé da situação na área da segurabça. Ele tomou posse há uma semana e já tem na pasta dele R$ 3 milhões, que era da Guarda Comunitária”, afirmou o prefeito.