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Punição insuficiente

Alagoanos acordaram outra vez com operação gigante da Polícia Federal. Denominada “taturana”, a ação colocou atrás das grades, ainda que provisoriamente, deputados estaduais, secretários municipais, empresários e, até, um ex-governador.
Motivações diferentes – participação em desvio de dinheiro e porte ilegal de armas – iniciaram a confusão que provocou desinformação geral, a partir da própria Polícia Federal, passando por setores da imprensa.
Em alguns casos, o problema foi apenas a fonte, oficial ou não; mas, em outros, parecia o interesse em colocar na relação dos que tiveram prisões decretadas ou bens apreendidos nomes que realmente não estavam.
Foi bem diferente da operação anterior, denominada de “carranca”, onde a efetiva participação de membros do Ministério Público Federal não permitiu a imediata divulgação de nomes, inibindo as especulações e gerando um silêncio maior do que o de costume.
O “modus operandi” de agora esteve bem mais próximo do que foi visto na operação “guabiru”, esta até com pirotecnia ainda maior, mesmo que os desdobramentos que se seguiram não tivessem igual resultado positivo. Daquela vez foram membros do Executivo, os da vez foram ligados ao Legislativo. Pára por aí?
Não se contesta a necessidade de um basta no aproveitamento do exercício da função pública para um enriquecimento breve e ilegal, o que na maioria dos casos é mais do que uma evidência.
Mas, repito aqui o que já escrevi outras vezes. É preciso parar com a idéia, transmitida pelas autoridades policiais e judiciais, e assimilada pela população, de que a dita “desmoralização pública”, com a exibição dos acusados algemados através dos jornais e da televisão, é punição suficiente para as transgressões.
O certo é que hoje já deve começar a operação “desmanche”, quando começam a sair da PF os que para lá foram levados. E a cidade voltará ao seu normal.

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