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“Qual o principal desafio do governador Teotonio Vilela Filho?” A pergunta, endereçada ao vice-governador José Wanderley Neto (PMDB) teve uma resposta intrigante, no dia da emancipação política de Alagoas: “A popularidade em Maceió”.
Explicou Neto: “Já conseguimos resolver no interior. O governador é bem aceito na população, como vemos em Arapiraca, mas temos que resolver aqui na capital”. Na conversa com o vice-governador, eram abordados vários assuntos: entre eles, a candidata do Palácio República dos Palmares, Solange Jurema, e o desempenho dele, Wanderley Neto, em 2004. Ele era candidato a prefeito. Ficou em terceiro lugar.
O cenário da conversa era a inauguração do novo Hospital Geral do Estado, no Trapiche da Barra. Do lado de fora, vaias ao governador e ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão.
“O início do Governo Téo acabou gerando essa situação em Maceió?”. “Sim”, respondeu o pemedebista. “E como recuperar isso?”. “Com o tempo”, afirmou.
Tempo, neste caso, significa prestígio político.
E, claro, prestígio político garante votos. Votos que poderiam ser transferidos para a candidata do Governo, Solange Jurema. Bem, a lógica parece funcionar: menos prestígio, menos votos para Solange. Voltando ao vice-governador: “Acredita em segundo turno?”. “Difícil”, respondeu. “Então, o Governo se entrega. Cícero Almeida já ganhou?”. “Não, estamos trabalhando para ser diferente, eleição se ganha assim: trabalhando. É difícil, não impossível”.
“E como fica isso? O senhor era candidato em 2004, ficou em terceiro lugar, não foi para o segundo turno. Porém, não havia, como hoje, uma diferença de 70% entre os candidatos e Cícero Almeida. E agora? Não é diferente?”
A idéia do vice: “Em 2004, eu tive dois senadores me ajudando; o Alberto [Sextafeira] tinha o Ronaldo Lessa [na época, governador]; o Cícero Almeida tinha o João Lyra, neste caso era a estrutura, o dinheiro. Mas, contra mim havia os laranjas na campanha. Além disso, havia a popularidade do Cícero, muito grande”.
2004, na visão do blogueiro: Sexta era apoiado por Ronaldo, mas não era o “escolhido” do governador, que apoiava o hoje superintendente do Sebrae, Marcos Vieira, mas não tinha o tônus eleitoral; Wanderley tinha dois senadores, Renan Calheiros e Teotonio Vilela, porém era desconhecido como político; Almeida aproveitou um vácuo, de desavenças e um cochilo do Palácio: repórter policial conhecido, era deputado estadual e fechou um acordo político com João Lyra.
2008, na visão do vice: “O Téo não ganhou do João Lyra?”. Solange pode ir para o segundo turno.
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Conversa reservada entre José Wanderley Neto e o ministro José Gomes Temporão, do PMDB, sobre o partido: “O PMDB nacional tem muito cacique e pouco índio. Não sou nem índio”.