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Quase sem novidades

Dinheiro e celulares levados por bandidos de um posto de combustível na Leste-Oeste, farmácias em Mangabeiras e Jatiúca assaltadas, dono de mercadinho assassinado, presos fugindo de delegacia na capital, vários veículos roubados, sem que seja feito o registro no relatório da polícia a ser entregue nesta segunda-feira aos órgãos de imprensa, quase nada de novo no final de semana em Maceió.
Segue tudo como antes, enquanto sindicalistas se esgoelam, a população pede socorro através das emissoras de rádio, parlamentares até da base do governo fazem discurso de oposicionista, colunistas especulam mudanças e nomes de prováveis substitutos, mas o governo segue seu roteiro previamente traçado, entendendo que não há nada além do normal, com a violência em Alagoas acompanhando o que há em todo o país.
Duas ocorrências, entretanto, podem ser citadas como diferenciadas do que ocorre todos os dias, principalmente em fins de semana, sejam eles prolongados ou não.
A primeira foi a morte dita oficial do agente penitenciário baleado no meio de semana, quando conduzia um preso para atendimento de saúde. O filho do cantor Messias Lima já “havia morrido” por conta da precipitação do locutor de uma emissora e também por notícia publicada em jornal. (Aliás, sobre o tema em discussão, a morte cerebral, há de se ressaltar a brilhante matéria da jornalista Vanessa Alencar, aqui neste site; de uma forma objetiva, porém bastante didática, ela esclareceu toda a questão).
A outra foi a liberação do delegado e ex-secretário de Defesa Social, Robervaldo Davino, em mais uma decisão judicial. Sem emitir qualquer juízo de valor – como alguns até tentam, sem, no entanto, irem aos finalmente -, pois me faltam subsídios para fazê-lo, novamente prevalece a convicção de que a Justiça nada mais é do que o entendimento de um Juiz, não sendo uma verdade única. O que para um é certo, para o outro é errado, mesmo em se tratando de um mesmo caso, um processo único e provas perfeitamente iguais.
Claro que nesta hora os amigos e os que formam no grupo de Davino comemoram. Da mesma forma como fizeram seus adversários e inimigos quando de sua prisão. Aliás, alguns devem ter achado suficiente se deliciar com o fato de delegado ter ido parar na cadeia.
No Brasil, tornou-se comum, pessoas serem presas por ordem judicial, em operações barulhentas da Polícia Federal, para depois serem liberadas, sem que se tenha notícia de qualquer outra punição, além da execração pública.

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