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Que gente é essa?

Marta, a menina que saiu da pequena Dois Riachos para encantar o Mundo com o talento do seu futebol e a determinação natural de uma nordestina, chegou a suspeitar que poderia não ser outra vez premiada pela Fifa, em razão do maior favoritismo de Kaká, na escolha entre os homens. Mas, foi eleita a melhor jogadora do Mundo pela segunda fez, tornando-se ainda mais merecedora de todas as homenagens que possam ser feitas.
O que ela não podia nunca imaginar, talvez até por estar longe tanto tempo e não saber direito como as coisas aqui ocorrem, era que a sua conquista seria praticamente ignorada em sua Alagoas, tanto no meio do seu povo como pelas autoridades constituídas, sejam elas ou não ligadas ao esporte.
Confesso aos leitores que sinto uma inveja danada de cidades e estados que celebram os seus ídolos por feitos muitas vezes bem menores do que o da nossa Marta. O povo, os prefeitos, governadores e seus secretários organizam tudo, fazem festa, providenciam desfile em carro aberto, valorizam o momento que vivem.
Aqui, não. Voltando pela primeira vez ao Estado onde nasceu depois de ser escolhida pela segunda vez consecutiva a melhor jogadora de futebol do Mundo, Marta encontrou a esperá-la no Aeroporto apenas alguns jornalistas. E ainda bem que havia uma pequena parte da imprensa, para registrar aquele momento. Triste momento, diga-se.
Ora, bem próximo do Natal, políticos com esquemas para montar ou para deles se livrarem, governador, prefeito e secretários em seguidas e festivas comemorações pelo encerramento de mais um ano, quem iria lá perder tempo para organizar uma homenagem a Marta, só porque ela foi de novo a melhor do Mundo?
E, se os que tinham até obrigação de fazer algo, nada fizeram, como esperar, por exemplo, uma manifestação popular, se a nossa gente engole passivamente ano a ano, mês a mês, semana após semana, seguidos escândalos financeiros promovidos nas diversas áreas da administração pública, sem esboçar uma reação? Se o que a nossa comportada oposição chama de classe civil organizada aceita todos os índices negativos que tornam nosso Estado o pior em todos os aspectos sociais?
Tomara que Marta mantenha o respeito pelos seus, mesmo sem o reconhecimento do povo do Estado onde nasceu. E quando receber merecidas homenagens lá fora, no Brasil e no exterior, que continue dizendo de seu orgulho de ser de Dois Riachos, do orgulho de ser alagoana.

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