Luis Vilar
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A CPI dos Combustíveis tem constatado o que está na cara em Alagoas. O setor possui entranhas muito íntimas com o poder público, o que favorece sonegação fiscal, adulteração e cartelização do produto. As explicações das autoridades e dos empresários são cheias de frestas, por onde passariam elefantes. Como se não bastasse, a sonegação, a adulteração e a cartelização do produto ainda geram crimes piores. É um efeito cascata.
Basta citar os assaltos a caminhões de combustíveis nas rodovias alagoanas. Nestes dias aconteceu mais um. É preciso que os deputados estaduais mergulhem fundo nesta questão. Sabendo disto é que o deputado Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), brigou tanto para ficar na presidência da CPI, mas infelizmente não conseguiu. O medo é que – assim como em outras CPIs históricas do parlamento alagoano – esta também acabe em pizza.
Quem pode acompanhar a CPI pela TV Assembléia que o faça. Os detalhes são reveladores. Já se assumiu publicamente a sonegação. Ao ponto de ser necessário até investigar a Campanha Cidadão Nota 10, criada em parceria com a Secretaria da Fazenda – num passado próximo – para justamente combater este mal. O deputado Ricardo Nezinho (PTdoB) foi um dos que disparou durante uma das sessões: “Muitos donos de postos estão preocupados com a CPI”!
Resta saber qual a razão de tanta preocupação. Esta semana, a CPI segue colhendo depoimentos. Serão ouvidos representantes dos taxistas, o procurador geral de Justiça, Coaracy Fonseca; e representantes da Agência Nacional de Petróleo.
Para finalizar: Adam Smith é um dos principais economistas do capitalismo mundial. Seus restos mortais – se é que ainda existem – devem ter se remexido no túmulo ao saber da justificativa do sindicato patronal do setor dos combustíveis sobre o preço do produto em Alagoas. Eis a explicação: quanto maior o número de postos, maior é o preço da gasolina. Simples assim, como expôs o deputado estadual Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), durante um dos depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura sonegação, adulteração e cartelização no setor.
Paulão disse que recebeu esta explicação do setor. Ora, as teorias do capitalismo – em regra geral – mostram que quanto maior a oferta, menor o preço. Em Alagoas se refaz o capitalismo, pelo menos no setor de combustíveis. Fica então uma pergunta: se em Alagoas tivesse um único posto de combustíveis teríamos a gasolina mais barata do mundo?