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Luis Vilar

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Quem quer o olhar da imprensa?

Um dos assuntos mais comentados entre os vereadores na Câmara Municipal de Maceió foi a mudança do horário das sessões, que agora passam a ser pela manhã. Os vereadores estão carentes da atenção da imprensa e resolveram mudar o turno de labuta, para que os repórteres possam acompanhar as discussões. De acordo com Galba Novaes (PRB), é um avanço que antecipa outros que estão por vir, inclusive a TV Câmara.

Pode até ser. Porém, mesmo mudando de horário, difícil mesmo será competir pela atenção dos holofotes com os deputados estaduais e com a Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas. Veja só, na primeira manhã em que os vereadores se gabam de terem rádios, sites e outros veículos presentes para repercutir a sessão, o deputado estadual afastado Arthur Lira (PMN) é preso. Ele mesmo, o Arthur Lira. Um dos 12 que são indiciados pela Operação Taturana por terem “supostamente” desviado R$ 280 milhões da Assembléia Legislativa.

Resultado: as páginas, os sites, as câmeras, todas voltadas para Arthur Lira. Assim fica difícil competir. Assim fica difícil pedir um espaçozinho nos jornais. A Assembléia não deixa! Tem sempre um deputado batendo em um funcionário de Companhia Energética, outro que dá uns tapinhas na mulher, outro que desvia aqui ou ali, e por ai vai! São tantos escândalos que tem jornal por ai pensando em aumentar a quantidade de páginas.

Ai é demais!

A Assembléia Legislativa virou um prato cheio. Uma tragédia grega ou uma comédia onde a gente – o povo – tem que rir para não chorar? A última agora são as manobras para libertar colegas. Corporativismo. Veja só, enquanto Arthur Lira era ouvido, os demais “taturanas” suspenderam – coincidentemente a sessão – para “entendimento de lideranças”. Enquanto isto, o procurador da Assembléia Legislativa, Marcos Guerra, foi a sede da Polícia Civil de Alagoas, pegou o documento que oficializava a prisão e retornou ao Legislativo. Afinal, era preciso tentar votar o relaxamento de prisão o mais rápido possível.

Assim fica difícil! Espero que os vereadores entendam o motivo da Assembléia Legislativa tenha mais espaço e não queiram competir usando das mesmas armas. Afinal, cobrir política no Estado da piada pronta às vezes é motivo de vergonha! Porém, a Câmara de Vereadores merece um espaço, então lá vai. Justiça seja feita…

Hoje pela manhã, os vereadores debateram sobre a vinda da Força Nacional para Alagoas. João Mendes e George Sanguinetti desceram o sarrafo na medida, que – segundo eles – é inócua, por que 60 homens a mais não diz nada. Sanguinetti chegou a afirmar que nas trocas de tiro, só morreriam pobres, porque a Força Nacional nunca chegaria a coibir os crimes cometidos pelos que estão na Ponta Verde e outros bairros da orla! Advinha onde o Arthur Lira foi preso?

Eita. Prometi que agora falaria da Câmara de Vereadores. Perdão, meus caros leitores. Mas, estão vendo como é difícil. Retornando a Câmara de Vereadores, eles votaram o aumento dos servidores (7%) e dos procuradores (cinco inteiros) e ainda entregaram o relatório final da Comissão Especial de Inquérito (CEI), que apura o rombo nas finanças. Nesta última questão, os vereadores quase deram uma de deputado. O relatório saiu “magrinho, magrinho”. O único culpado mesmo foi o Luiz Gustavo que detinha uma senha, que ninguém sabe quem deu, que ninguém sabe quem beneficiou, enfim. Como diria o presidente Luis Inácio Lula da Silva, “não sei de nada”.
Se os vereadores quiserem mostrar seus trabalhos nas páginas de política, eu aconselho uma reunião com os parlamentares alagoanos. Quando todos eles estiverem reunidos, alguém grita como porta voz da Câmara Municipal: “Ô, pára um poquinho ô!”. A sociedade em peso tem gritado isto, mas parece que os nobres deputados estaduais não ouvem.

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