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Crônicas e Agudas por Walmar Brêda

Walmar Coelho Breda Junior é formado em odontologia pela Ufal, mas também é um observador atento do cotidiano. Em 2015 lançou o livro "Crônicas e Agudas" onde pôde registrar suas impressões sobre o mundo sob um olhar bem-humorado, sagaz e original. No blog do mesmo nome é possível conferir sua verve de escritor e sua visão interessante sobre o cotidiano.

Todas as postagens são de inteira responsabilidade do blogueiro.

Ratos

De dois em dois anos eles reaparecem surgindo dos esgotos e das frestas, com um sorriso forçado estampado no rosto em busca do seu voto.

Sim meus amigos, essa é a política que conhecemos: feita por pessoas com pouco talento para coisas mais úteis para a sociedade, mas com talento de sobra para escamotear, enganar, urdir, tramar e te fazer de trouxa, sobretudo  durante o período eleitoral.
E nós, por conseguinte, somos obrigados a ouvir suas vozes e sentir seus maus cheiros, para podermos entender quem é quem no cenário escatológico da política brasileira.
O cinismo se espalha nos slogans, nos sorrisos falsos  e nas fotos editadas. A falta de vergonha é um mal necessário —afinal, de dois em dois anos,  há o escrutínio público para definir
os eleitos que irão obter a autorização institucional  para poderem chafurdar no dinheiro público.
É uma gentalha abjeta que finge preocupar-se com o bem comum, quando, na verdade,  usam seus cargos para criarem  conchavos e compadrios entre eles próprios, com o intuito de atingirem sempre o mesmo objetivo: enriquecer e manter-se no poder.
Enquanto isso, nós, seres humanos comuns da sociedade, que bancamos  financeiramente esses abutres da coisa pública, ainda arranjamos argumentos para defendê-los e muitas vezes até brigamos  entre nós mesmos, como se nossas escolhas fossem ilibadas e superiores às demais.
Venham comer na minha mão, seus ratos famintos. Sorriam e mendiguem meu voto insignificante, porém necessário. Lambam minhas botas que eu finjo admirá-los. Babem no chão sujo humildemente que eu afagarei seus egos. Empanturrem-se das migalhas do agrupamento de gente que vocês chamam de povo.
O poder vicia, o dinheiro embriaga e a bajulação contagia. Após um tempo, essas são a sua droga e a sua maldição. Saibam que vocês têm  apenas o meu desprezo. Vocês comem lixo, depois o vomitam, para,  em seguida,  comê-lo novamente.
Xô, políticos
Bem vindos , políticos.

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