Usuário Legado
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Ana Cláudia Laurindo- www.blogdeanaclaudia.zip.net
O frenesi do casamento real parece abalar o mundo midiático!
Meu filho de 14 anos também quer acompanhar o desenrolar da história da Cinderela moderna.
De cá, aprecio a empolgação sem me levar por ela.
Reflito apenas em nossa humana capacidade de criar verdades, de legitimar sistemas, de renovar crenças velhas, significar as relações em castas afirmando o mando, o poder e a posse.
Sem o tom revoltoso dos que já não agüentam mais sequer ligar a TV, aproveito a carona da festa intangível para reforçar minhas certezas de que se podemos criar e manter verdades e sistemas a sustentar relações, podemos melhorá-las!
Não podemos jamais é desistir das crenças naquilo que faz bem; precisamos exibir em olhares, palavras e grafites nos muros o quanto é bom amar, viver e ter tudo isso fincado na ética de respeitar o outro.
Fazer do corriqueiro gesto de acreditar na humanidade um sistema de valores a ser seguido e festejado!
Esse projeto não inclui alienação, saber que patinamos em circunstâncias adversas que revelam o quanto a sociedade está adoecida e corrompida, faz parte do amadurecimento da consciência social.
Se a história de príncipe e princesa ainda agrada tanta gente, desperta velhos arquétipos alimentando desejos de felicidade eterna, é porque estamos buscando referenciais antigos que aliviem a desesperança do hoje, embotado pelo consumismo que reforça o egocentrismo e esvazia a vida.
Estamos esgotando a capacidade de suportar a violência, as exclusões e as políticas de banalização da vida, mas não fomos educados o suficiente para gritarmos isso, sequer temos clareza do quanto estamos ávidos pela felicidade.
Enquanto ela não chega, matamos a fome consumindo ilusões.
Não é um atestado de condenação, não é um jogo de culpas, apenas uma singela análise de nossa ingênua posição de cidadãos do mundo, na tão decantada era da tecnologia, buscando sonhar com um felizes para sempre…lá no lado surreal da vida!
Nossa vida real nos convida a lutar por esses dias, quando os valores renascerão e serão substanciais à cidadania.
Fecho a página eletrônica e abro os olhos: acordei para viver mais um dia!