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Luis Vilar

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Reflexos da Taturana

A Operação Taturana atingiu em cheio não só a Assembléia Legislativa, mas diversos planos políticos que passavam por 2008, para enfim se chegar ao ano de 2010, vislumbrando ou profetizando o Palácio República dos Palmares. A recente ação da Polícia Federal em Alagoas deve obrigar muita gente a reorganizar o “xadrez político”.

Alguns que já deveriam ter se pronunciado sobre as conseqüências da operação – entre eles os deputados que fazem parte da atual Mesa Diretora – ainda dão tempo ao tempo e buscam – missão difícil, diga-se de passagem – “sair bem na foto”, ou dar “explicações a altura”. Ao tempo em que o escândalo vai saindo das páginas de jornais, as falas vão surgindo timidamente. O pronunciamento do presidente do Legislativo, Antônio Albuquerque (Democratas), que acontecerá na terça-feira, dia 11 de dezembro é tão esperado quanto o salário do mês de novembro do funcionalismo público.

O que Albuquerque tem a falar? Tentar desacreditar a operação da PF? Ou dizer que o Poder Legislativo está de portas abertas para as investigações? A fraude na Receita Federal aponta para um rosário de crimes que podem surgir ao abrir a “caixa-preta” da Assembléia. Alguns deles se locupletam com outros setores da economia e vão desde falsidade ideológica ao patrocínio de uma rede delituosa que envolve os outros poderes constituídos, se não diretamente, ao menos por omissão.

Vale lembrar que durante a gestão do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), o duodécimo da Assembléia Legislativa foi dobrado, sem que houvesse investimento algum, ou prestação de contas. Como se não bastasse, os parlamentares deixaram dívidas para atual legislatura e não conseguiram implantar o Plano de Cargos e Carreiras dos servidores que “TRABALHAM”. Sim, eles existem no Poder Legislativo e são os que ganham menos e estão longe dos benefícios adquiridos com o “puxa-saquismo”, que é uma ciência hermética naquele poder.

Mas, um ponto que preocupa os parlamentares são as eleições de 2008 e de 2010. O fato vai ser explorado politicamente em período eleitoral. Albuquerque, um dos grandes aliados de Vilela, sempre sonhou com o Executivo. Este estava muito próximo. O presidente do Legislativo vinha trabalhando – com o jornalista Joaldo Cavalcante à frente – a imagem do parlamento alagoano, que estava desgastada com CPIs que só davam em pizza, acusações de envolvimento com crimes e ausência de transparência.

O objetivo de mudar a imagem da Casa Tavares Bastos estava sendo alcançada, porém foi tudo para o lixo. O trabalho de uma assessoria de comunicação que diuturnamente investia em mídia, organizou uma televisão e aproximou o parlamento da sociedade civil organizada, foi pelo ralo. Hora de recomeçar. Será que dá? Só o tempo dirá…Mas, com isto, o baque é grande e um dos nomes que poderia ser candidato ao governo do Estado de Alagoas está arranhado!

Quanto às prefeituras em 2008, os aliados não se afastam assim tão facilmente, mas também vai haver problemas. Não foi só a atual operação que deixou todo mundo de orelha em pé. A Carranca, a Navalha e Guabiru deixaram muita gente com a barba de molho. Comenta-se, nos bastidores, que toda vez que há uma operação federal em Alagoas, o que não falta é quem se esconda, quem vá para o hospital, e quem fique rezando em casa para não ouvir um “toc-toc” na porta.

Enquanto isto, entre uma Carranca e uma Taturana, o dinheiro público segue sendo aplicado em ações estruturantes para um Legislativo mais justo. Afinal, no próximo fim de semana toda a população alagoana pode fazer acampamento em mansões de luxo? Ah, vamos entrar nestas mansões sem bater na porta. Sabe por que? É bem público, minha gente…

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