Blog do Valderi
Valderi Melo
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Em pouco mais de um ano e cinco meses de governo em Alagoas, Renan Filho avalia que sua gestão tem contribuído para melhorar de forma significativa alguns índices do Estado. Em uma entrevista concedida na quinta-feira, dia 2, logo após o ato de assinatura de cerca de 70 contratos para a liberação de recursos para a agricultura familiar, Renan Filho fez uma rápida avaliação de seus primeiros meses de governo e apontou resultados positivos, como a redução dos índices de criminalidade, a implantação de escolas de tempo integral, construção e recuperação de rodovias, investimentos em segurança, saúde e destacou que pretende aplicar os recursos oriundos de uma possível redução da dívida do Estado com o governo federal em projetos sociais voltados para a melhoria dos índices negativos que Alagoas ainda possui em diversas áreas, como saúde, educação e segurança pública.
– Governador que análise o senhor faz desses primeiros meses de governo?
– Estamos vivendo no Brasil um ano muito difícil, aqui em Alagoas temos enfrentado a crise com trabalho, trabalhando para reduzir os índices de violência que tanto envergonhavam Alagoas, deixava o cidadão com a autoestima baixa. Hoje Alagoas é o estado que mais reduziu a violência no Brasil, tiramos de Maceió o título de capital mais violenta do País caindo do primeiro lugar para o quinto em um ano.
– E o que tem sido feito para melhorar esses índices?
– Temos investido também em educação, Alagoas não tinha nenhuma escola em tempo integral, hoje tem 14 funcionando e nós vamos chegar a 50 no final desse primeiro governo, com mais de 20 mil alunos matriculados em tempo integral. Estamos investindo também em saúde pública visando ampliar a rede de atendimento, que é fundamental, é um desafio para o Estado construir hospital, reabrimos a Santa Monica, abrimos três novas Upas, uma em Maceió, uma em Maragogi e outra em São Miguel dos Campos.
Vamos abrir a Upa do Benedito Bentes, para isso já antecipamos os recursos para a prefeitura de Maceió, venho pagando a parte do governo federal para que a Upa possa ser aberta. Vamos iniciar nos próximos dias a maternidade em Maceió de risco habitual que será um grande beneficio para gestantes de risco em Maceió e na região metropolitana. Investir em saúde é outro ponto importantíssimo, o ano é difícil, crise se enfrenta com trabalho, o ano é duro, nós temos boas realizações e vamos seguir trabalhando muito, como na área de infraestrutura.
– E na área de infraestrutura, quais projetos o senhor destacaria?
– Na área de infraestrutura estamos duplicando a AL-101 Norte, a obra já iniciada da saída norte de Maceió, estamos fazendo rodovias na região Sul, como as que ligam Pindorama ao Bolivar e aproxima Coruripe de Arapiraca, tem a rodovia que liga a Pindorama a Coruripe e a Penedo e que vai encurtar em 20 km a distância entre Penedo e Maceió, estamos construindo a rodovia que liga Rio Largo ao Benedito Bentes, a ponte da alça da Flamenguinha, uma rodovia que liga Matriz de Camaragibe a Passo de Camaragibe.
No Agreste estamos duplicando vias dentro de Arapiraca como a AL-110 que liga Arapiraca a São Sebastião e está sendo duplicada dentro de Arapiraca, além de recuperarmos o trecho entre Arapiraca e São Sebastião, estamos construindo a rodovia que liga Craíbas ao distrito de Folha Miúda, região que detém uma das maiores produções de ovinocaprinocultura de Alagoas, duplicando o trecho de Maria Bode a Delmiro Gouveia, vamos retomar a obra de Água Branca a Mata Grande, de maneira que o Estado com estas obras dinamiza a economia. Tem sido um grande desafio governar Alagoas neste momento de crise, mas eu tenho uma convicção de que crise se enfrenta com trabalho.
– Como seu governo tem enfrentado a crise econômica que o Brasil enfrenta?
– Cortando na carne, enxugando, diminuindo despesas e colocando os recursos onde realmente as pessoas precisam. Governar nesse momento significa diminuir o tamanho do Estado, quando assumi o Estado cortei dez secretarias, mais de mil cargos em comissão, revi todos os contratos, devolvi mais de 200 veículos alugados, reduzi o preço de aluguel dos veículos que ficaram em 10 por cento, isso foi um choque muito duro pra que o Estado gaste menos e bote o dinheiro onde as pessoas precisam, bote os recursos em segurança, em educação, em saúde, em novas estradas.
No início da gestão, pactuei com os secretários e presidentes de órgãos para aplicar os recursos onde as pessoas priorizam. Como exemplo cito os recursos do Detran. Para onde iam esses recursos?. As pessoas não sabiam bem, agora ele vai pra segurança pública, fizemos agora uma licitação para construção de seis centros integrados de segurança pública em Alagoas, todos vão ser construídos com o dinheiro do Detran. Outra ação que vamos colocar em prática é aplicar todo o incremento na arrecadação do Fecoep (Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza) para a área de saúde, vamos manter os programas já existentes no Fecoep, mas vamos também investir todo aumento da receita na área de saúde.
Na área de Educação fizemos cortes em programas que não traziam resultados anteriormente para fazer os programas que mais funcionam que é recuperar as escolas, melhorar as condições de trabalho, valorizar professores e diretores, convocar mais profissionais. Vamos convocar mais 150 nos próximos dias e investir no ensino de tempo integral já com 14 escolas.
O que o alagoano pode esperar do governador?
Pode esperar muita dedicação, muito trabalho, que as coisas sejam feitas com proximidade com o cidadão, de forma transparente para que a gente coloque Alagoas em outro patamar de desenvolvimento. A crise é muito dura, 11 estados estão com folha de pagamento atrasadas. Dos quatro estados que mais devem no Brasil (Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais), Alagoas é o quarto e os três mais endividados antes de Alagoas estão com folha atrasada. Aqui estamos pagando a folha em dia, fazendo funcionar os serviços públicos, fazendo investimentos, então o cidadão pode esperar de mim o enfrentamento dessa crise com muito trabalho, esperar muita dedicação, pois logo que o Brasil começar a melhoras nós vamos avançar muito mais rápido.
– Governador e sobre a redução da dívida de Alagoas, essa possibilidade existe?
Um benefício muito grande, essa é uma demanda antiga que nunca foi levada adiante por parte do governo federal e eu sinto que agora há espaço para isso. Nós já conseguimos no Supremo Tribunal Federal suspender o pagamento de dois meses da dívida e isso foi um grande beneficio para Alagoas, mas nós precisamos de uma solução definitiva, que permita o Estado se planejar, investir os recursos, se preparar para o futuro.
Essa dívida tira muito a capacidade de investimento do Estado em áreas consideradas básicas e esse dinheiro poderia ser melhor investido nelas. No ano passado pagamos oitocentos milhões de reais de dívida, o que significa que se a gente transformar dívida em investimento, dívida em novas políticas públicas, dívida em novas possibilidades para o Estado, a gente vai ter um momento muito melhor para Alagoas, estou trabalhando intensamente para isso.
Recentemente liderei uma reunião dos governadores do Nordeste aqui em Alagoas, onde tiramos como ponto principal a negociação da dívida dos estados, já conversei pessoalmente com o presidente Michel Temer que se mostrou sensível e determinou ao ministro da Fazenda Henrique Meirelles para sentar com os governadores e encontrar uma saída para essa questão. Vamos aguardar com tranquilidade uma solução para esse assunto.