Blog do Valderi
Valderi Melo
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Documentos e interceptações telefônicas da Polícia Federal apontaram relação do doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, com os parlamentares alagoanos Benedito de Lira e Arthur Lira, pai e filho, respectivamente senador e deputado federal. Benedito de Lira é pré-candidato a governador de Alagoas, e Arthur deve tentar a reeleição para a Câmara dos Deputados, ambos pelo PP.
As revelações estão em reportagem publicada pela revista Veja que circula neste final de semana. A maior “bomba” da reportagem é a informação de que o próprio Youssef indicou o presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), com o aval de Benedito de Lira, que controla politicamente a estatal em Brasília e Alagoas.
A matéria informa também que outros deputados federais estariam envolvidos com o doleiro: André Vargas (sem partido-PR), Luiz Argôlo (SDD-BA), Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Vicente Cândido (PT-SP).
A revista obteve os registros de entrada do prédio de Alberto Youssef, numa área nobre da Zona Oeste de São Paulo, mostrando visitas frequentes de oito deputados federais. Arthur Lira está na lista. A Veja informa que Youssef, inclusive, teria indicado o atual presidente da CBTU, Francisco Colombo, e coube ao senador Benedito de Lira apenas a chancela política da indicação.
As investigações mostram que empresas-fantasma controladas por Youssef recebiam grandes depósitos de empreiteiras do país, por meio de contratos simulados de consultoria, depois eram repassados a políticos e partidos – os mesmos políticos e partidos que indicavam os apadrinhados que contratavam as empreiteiras pagadoras. O esquema de lavagem de dinheiro movimentou cerca de R$ 10 bilhões, segundo estimativas da Polícia Federal.
Em outra reportagem, a revista cita que teve acesso a lista de entrada do prédio onde o doleiro tinha escritório contendo a relação dos visitantes e entre eles aparece o deputado federal Arthur Lira. Segundo a reportagem, a lista de visitantes ao escritório de Yousseff em uma área nobre na Zona Oeste de São Paulo, é composta em sua maioria por deputados da bancada do PP, partido do qual Lira foi líder da bancada na Câmara Federal.
Dos partidos que possuem cargos no governo Téo Vilela e não apoiam o candidato oficial, Eduardo Tavares, o PR, do deputado federal Maurício Quintella foi o primeiro a perder os cargos que possui na máquina estadual.
Neste sábado, 24, após conversar com o governador Teotônio Vilela, o deputado Quintella publicou em sua página no Facebook que o secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Napoleão Casado, seria exonerado do cargo.
Parece que o governador decidiu apertar os aliados que apesar de ‘mamarem’ no governo estão com o pré-candidato do PP, senador Benedito de Lira. Os próximos a levar um ‘aperto’ devem ser o PPS e o PSB, donos de importantes secretarias no Estado.
A questão do próprio Benedito de Lira, cujo partido comanda duas secretarias estaduais – Educação e Assistência Social – é algo mais pessoal entre o senador e o governador Teotônio Vilela.