Sem limites

Operações da Polícia Federal se sucedem, em todo o Brasil, realizando prisões de autoridades e pessoas de postos chaves também na iniciativa privada pela prática de corrupção, roubalheira, desvio de dinheiro público, etc.
Diariamente, os telejornais nos apresentam diálogos telefônicos gravados por ordem judicial com entendimentos que levam aos golpes praticados com o objetivo de beneficiar pessoas e lesar o bem que deveria ser de todos.
A situação é por demais preocupante porque os fatos já não causam tanta indignação quanto outrora, visto que passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia, dividindo as pessoas em grupos: os que se locupletam e os idiotas que não aproveitam as chances que se lhes apresentam.
Ser honesto passou a ser sinônimo de trouxa. Quem procura agir corretamente, é visto com certo desdém, diante dos fatos ocorridos e da impunidade com que são tratados.
O país está podre.
No recente fim de semana, dois concursos importantes, prestigiadíssimos, tiveram que ser suspensos: o da Polícia Rodoviária Federal (PRF), pelo surgimento do gabarito da prova dois dias antes de sua realização, sendo negociado por 40 mil reais, e o da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), São Paulo, por suspeita de fraude.
Pessoas bem intencionadas, que gastaram tempo e dinheiro, estudando e nos deslocamentos para os locais das provas, acabaram seriamente prejudicadas pela cultura de que com o dinheiro se compra e se vende tudo, de forma desonesta para poder levar vantagem.
Além do prejuízo financeiro, há o dano moral, comprometendo a credibilidade de tantos outros concursos, realizados ou por acontecer. Quem garante sua lisura?
Repito, o país está podre.