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Luis Vilar

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Silêncio ou barulho por nada?

Eis que surgem duas posturas dentro do Poder Legislativo. De um lado os adeptos do silêncio, do corporativismo, enquanto afirmam aos mais chegados: “esse lance de taturana não é comigo”. Do outro, os que estão querendo “muito barulho por nada”, como é o caso do parlamentar Marcelo Victor (PTB). Entre silenciosos e barulhentos, uma tímida parcela da Casa Tavares Bastos ainda questionam – vez por outra – as ações do presidente interino Alberto Sextafeira (PSB), que por sua vez, faz questão de deixar claro que o presidente é Antônio Albuquerque (Democratas), apesar do afastamento.

Enquanto isto, nos bastidores, os nove deputados afastados tentam virar o jogo no tapetão. Uma brecha jurídica pode fazer o grupo retornar ao parlamento, acabando com os sonhos dos suplentes, que espernearam, choraram, deram prazo, falaram em mandado de segurança, mas sequer sentiram o perfume ou odor das cadeiras mais cobiçadas de Alagoas. Os silenciosos são bem definidos pelo deputado Zé Pedro da Aravel (PMN), por exemplo. Cauteloso ao ponto de ficar invisível, Zé Pedro, com seu eterno olhar indecifrável, sabe que tomar partido em Alagoas não cai bem para deputado.

A política é feita de “rabos presos” e “circunstâncias”. Saber demais, pode ser um preceito para falar de menos. Pode ser uma explicação plausível para a devoção, o compromisso, o empenho e o corporativismo da Assembléia Legislativa quando o assunto é o ataque a algum de seus membros ilustres. Foi assim, por exemplo, que se conseguiu suspender o inquérito contra Cícero Ferro (PMN). Neste caso, foi Gilvan Barros (PMN), que fez muito barulho explicando que se cumpria a lei. Cumpre-se a lei quando se evita que um parlamentar seja investigado por um crime apontado pela polícia? É constitucional suspender o processo, diz Barros. Barulho, barulho, barulho…o que a sociedade ganha em troca com a suspensão da investigação? Talvez, nada!

Mas, seguem as atividades no parlamento e como diria William Sheakespere – vale a pena citá-lo nesta tragicômica crise institucional – o mundo não para que algo seja corrigido. A Mesa Diretora manca; o parlamento manco…juntar os cacos, seguir em frente. Para alguns deputados, ainda reside o sonho de querer acordar do pesadelo e entrar parlamento adentro como se nada tivesse acontecido. Porém, despertou-se o inconsciente e consciente coletivo. Sendo assim, a massa crítica alagoana – em meio à sociedade civil que se organiza – começa a ganhar voz e não vai deixar que o pesadelo se encerre antes do fim, quer os nove deputados retornem aos seus cargos, ou não.

A sede de Justiça aguça a saliva do pobre trabalhador que não sabe nem como é o interior de uma Pajero. Então, quem tiver seus “rabos presos” e os que se adeqüam as circunstância de forma camaleônica e simbiôntica, saibam que águas passarão por baixo da ponte e a resposta pode vir soprada pelas baforadas de Marcelo Victor que entoa – afagando seu peludo “gato” energético – que o azar é nosso. Ou seja, a urna também é tribunal.

Enquanto isto, a sombra do silêncio invade a Casa Tavares Bastos. Os parlamentares se ‘entreolham’. A bancada feminina, por exemplo, passa ao largo e sequer se posiciona. A oposição ataca o Executivo e diz que este aproveita o momento frágil para reduzir um duodécimo que – de tão farto – já pagou contas inclusive do futebol alagoano, quiçá mimos para amantes! É de se refletir sobre a “injustiça” sofrida por nossos parlamentares. É cada vez mais difícil conseguir argumentos convincentes para afirmar a probidade e a conduta ilibada diante de tantas acusações pesadas feitas pela carrasca Polícia Federal.

A última do superintendente José Pinto de Luna foi indagar como os parlamentares poderiam ter aquela impressionante evolução patrimonial com os subsídios de deputados estaduais, se ele – o próprio superintendente, que possui salário até similar – não consegue ter o mesmo padrão de vida. Luna precisa entender que nossos deputados são experientes por demais em investimentos, economia, crescimento de receita, dentro outras aplicações financeiras.

É injusto acusá-los. O correto seria formar uma força tarefa com todos os deputados indiciados e apresentá-la ao Ministro da Fazenda. Eis a solução para o crescimento econômico brasileiro. Afinal, se com salários de deputados eles fazem mágica, imagina o que eles fariam com o PIB brasileiro.

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