Tomando esse suco de uva delicioso, comecei a fazer uma singela reflexão, mesmo sem o mesmo possuir uma gota de álcool. Como os valores aqui serão chutados, certamente não correspondem à realidade. Mas, procurei usar o bom senso, então acredito que não estarão tão distantes dos mesmos. A garrafa de 1 litro me custou R$...
Tomando esse suco de uva delicioso, comecei a fazer uma singela reflexão, mesmo sem o mesmo possuir uma gota de álcool.
Como os valores aqui serão chutados, certamente não correspondem à realidade. Mas, procurei usar o bom senso, então acredito que não estarão tão distantes dos mesmos.
A garrafa de 1 litro me custou R$ 11,00, então é razoável pensar que o comerciante comprou-a no mínimo pela metade, ou seja, R$ 5,50. Ao analisar a bela garrafa, percebemos que a mesma é feita de um vidro espesso e de qualidade, tanto que se a reutiliza, nem que seja para colocar uma singela flor, além de ostentar dois belos adesivos vinilicos e uma tampa personalizada. Não sou especialista, mas chuto por alto o custo desse belo conjunto de pelo menos R$ 1,80 —considerando aí o grande volume adquirido regularmente pela indústria.
Porém, um litro do produto principal, ou seja, o suco de uva, duvido muito que chegue a R$ 0,90. Estando razoavelmente certos esses números, podemos concluir, ainda que sejam apenas suposições, que a embalagem é muito mais cara que o conteúdo. Aliás, como quase todo líquido vendido em supermercados — com as honrosas exceções etílicas que obedecem uma lógica própria de mercado.
Então a empresa “O Q” seria na verdade uma vendedora de garrafas de vidro reutilizáveis e não de sucos de fruta? Ou ainda: isso quer dizer que a garrafa tem mais valor que o suco de uva?
A resposta é um sonoro “não”, e essa é a grande diferença entre preço e valor, para aqueles que ainda são incapazes de distinguí-los.
Resumindo: embora a garrafa seja mais cara que o suco, essas só são compradas no volume que são e pelo preço que são vendidas, devido ao delicioso líquido que ela carrega em seu ventre —portanto, valor e preço são coisas distintas e é sempre bom compreender as suas diferenças.
Isso serve para sucos de uva ou de pêssego, bem como para todas relações comerciais, inclusive serviços e até relações pessoais —sim, essas então nem se fala. Tanto que, se eu fosse adentrar-me nessa seara discorrendo sobre as relações humanas sob a ótica das Leis de Mercado (preço-custo-valor agregado-oferta-procura) , teria que produzir milhões de bites e toneladas de polêmicas e certamente não chegaria a lugar algum.
Então prefiro continuar aqui, tomando meu suquinho de uva e em seguida colocar uma singela fulô em sua bela garrafa.