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Luis Vilar

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Há perda política para os deputados estaduais – que se envolveram com a Operação Taturana – no próximo pleito, em 2010? É uma pergunta que tem sido feita por diversas autoridades envolvidas no caso, na esperança de que alguma punição ou absolvição – em alguns casos – venha das urnas. Porém, parece que a quem menos preocupa esta indagação são aos próprios deputados estaduais supostamente envolvidos no maior esquema de corrupção da história do Estado de Alagoas.

Como coloca o deputado estadual afastado Cícero Ferro (PMN), na visão dele não há esta ojeriza propagada pelos movimentos da sociedade civil organizada e por alguns setores da imprensa. Ferro fala que os deputados-taturanas possuem “apoio topado” da população alagoana e que se as eleições – que ocorrerão em 2010 – fossem antecipadas para a data de hoje, todos os envolvidos seriam reeleitos.

Bem, o “TODOS” talvez seja exagero. Mas, de fato alguns esperam o retorno ao parlamento e caso este não venha pelas mãos da Justiça (na visão dos indiciados) – seja na esfera estadual ou federal – virá pela “vontade popular”, como pregam os parlamentares que afirmam – em discursos solenes – inocência e defendem os serviços prestados ao Estado de Alagoas, rebatendo o desvio barulhento de R$ 300 milhões. Barulhento ao ponto de ecoar na ausência de hospitais, escolas e alimentação em um Estado pobre.

Por que eles voltariam pelas urnas diante da revolta popular que já ocupou, inclusive, o prédio do parlamento alagoano? De onde nasce esta certeza do retorno e a absolvição por meio dos sufrágios depositados pela confiança popular? Bem, que não seja por conta daquela velha história que se conta em Alagoas desde que Lampião era menino…

Que não seja porque os municípios alagoanos – carinhosamente chamado entre deputados de bases eleitorais – não estejam cercados pelas estacas do medo, da plutocracia, do cabresto, do peso dos sobrenomes adornados de prepotência, mandos e desmandos. Que não seja por conta de ameaças com chicote em punho. Que não seja por sentimento de vingança ou qualquer outro parecido que já resultou em crimes políticos nunca investigados, quiçá elucidados…

Que não seja pelas senzalas remanescentes que não distinguem cor ou religião, mas apenas os níqueis que se carrega na botija…

Que seja de fato pela “prova da inocência”, que os deputados estaduais tanto pregam. Mas será que é mentira esta história de uma Alagoas dominada de forma feudal, assim como é “mentira” – ao menos para os deputados estaduais envolvidos com a taturana – o inquérito cheio de páginas que foi encaminhado para a Justiça. Quem mente nesta história? Os deputados-taturanas ou as entrelinhas sórdidas do poder?

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