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Principal líder político da região, Cícero Cavalcante teria 'idealizado' acordão
Matriz de Camaragibe talvez seja a única cidade do Brasil onde quem manda é o ex-prefeito, Cícero Cavalcante (PMDB). O Carnaval do município é uma mostra disso. No lugar de Doda Cavalcante (PMDB), que deveria discursar nos palanques, está Cícero Cavalcante. "É o Carnaval de Cícero Cavalcante e Doda Cavalcante". É o que ele anuncia. Doda, ao lado, balança a cabeça e obedece as ordens do marido famoso.
Mas, a relação entre ambos não é estável. Doda ensaia se separar de Cícero. E os dois já se estranharam na composição do secretariado e demissão de comissionados. Além disso, Doda não ganhou a eleição. Washington Moura (PP) deveria ter assumido a função, mas foi impedido porque está na lista suja dos gestores que usaram mal o dinheiro público. Moura é ex-prefeito da cidade.
Mas, Cícero Cavalcante também é assíduo frequentador da lista suja da política. Foi indiciado e preso pela Polícia Federal e denunciado pelo Tribunal Regional Federal da Quinta Região na Operação Gabiru. O caso era de desvio de dinheiro da merenda escolar. Em seus discursos, chegou a atacar o Tribunal de Contas do Estado. Chamado a se explicar, ajoelhou-se e chorou em pedidos de perdão diante dos conselheiros. Humano arrependimento.
Sem cargos públicos, o ex-monarca do Norte quer agora levar sua fama e currículo a Brasília. A ideia é se candidatar a deputado federal. Ele esqueceu que está no grupo do senador Renan Calheiros (PMDB) e Cavalcante deveria, na teoria, votar para a reeleição de Olavo Calheiros (PMDB) a Câmara Federal. Renan sabe deste voo solo do aliado pemedebista?