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Luis Vilar

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Divido com vocês, caros leitores, um texto que me foi encaminhado pelo amigo Edinaldo Marques. Reflitam e debatam…

Que revolução?

Recentemente, mais dois secretários assumiram as secretarias de educação. Rogério Teófilo, no âmbito estadual, e Ricardo Valença, no âmbito municipal. Ambos prometem em seus discursos iniciais uma revolução na educação.

Mas que revolução será? Ou será apenas mais um jogo de palavras? É preciso que cada um diga como pretende fazer essa revolução.

A melhor revolução que os dois secretários poderiam fazer é no processo de gestão das secretarias. Os três ativos – físico, orçamentário-financeiro e humano precisam ser geridos com a máxima eficácia. Isto sim, faria toda a diferença. Em todos os governos onde isso foi colocado em prática, houve mudanças, as mais positivas.

O problema é que, lamentavelmente, em geral, parece não ser do conhecimento ou não querer implantar um processo de gestão voltado aos melhores resultados.

A sociedade não deseja apenas bons resultados. O que a população precisa é dos melhores resultados. Há uma frase que diz: “o inimigo do bom é o melhor”.

O paradigma da revolução industrial, hoje, não deve ser mais aplicado nos processos de gestão. Na prática, é isso o que vemos. Estamos na era do conhecimento, da tecnologia e da inovação. Portanto, aquele paradigma da busca da produtividade pela eficiência precisa ser substituído pelo paradigma da busca da produtividade pela eficácia. Primeiro, é preciso fazer o mais importante (isto é eficácia), para depois fazer bem feito (isto é eficiência), com o mínimo possível de recursos.

O trabalhador do conhecimento e as pessoas em geral têm necessidades básicas: viver, aprender, amar e deixar um legado. Infelizmente, os governos não demonstram práticas que garantam a sustentabilidade. Isto é o que preocupa.

Há muitas desculpas, procuram-se culpados, o tempo passa e tudo continua do mesmo jeito: sem solução. Crianças fora das escolas, colégios sem mínimas condições físicas, faltam professores, ensino integral é coisa rara, não há estratégias e ações para garantir uma educação continuada às pessoas que já deixaram a escola etc.

Atualmente, as escolas estão ensinando as crianças como se nós estivéssemos na era industrial. Esse mundo não mais existe. O mundo atual é complexo, veloz e incerto. Portanto, o projeto pedagógico e a atual forma como é repassada a aprendizagem aos alunos são deficientes, precisam ser mudados. Caso contrário, quando esses alunos terminarem o curso básico e fundamental, o que aprenderam, é insuficiente para a formação.

Por fim, a revolução que precisaria vir, antes de tudo, é a da ética. Depois, a da competência. Será que estas não são as causas de tantos resultados negativos?

EDINALDO MARQUES

Engenheiro Civil, Professor da Ufal e Consultor

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