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Nas duas últimas semanas, três alagoanos ganharam destaque nos jornais brasileiros: os senadores Renan Calheiros (PMDB), Fernando Collor (PTB) e a vereadora Heloísa Helena (PSOL). Por serem três lideranças em projeção, mexem diretamente no cenário político nacional, e influirão no de Alagoas: tem-se o crescimento de Heloísa nas pesquisas à presidência da República (é destaque do El País, do último final de semana, e da Folha de São Paulo nas pesquisas presidenciais); as dificuldades e os desgastes enfrentados por Renan na liderança do PMDB no Senado; e o futuro de Collor, ligado ao de Renan, podendo ambos resolverem suas diferenças e partirem ao prático campo da conciliação. E ela será necessária.
Por Renan, Collor se lançará ao Governo, na renhida disputa com Heloísa Helena. Deverá se separar de uma vez do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), cujos articuladores não possuem a mesma desenvoltura nas prefeituras e Assembleia Legislativa que os calheiristas e os colloridos.
Para se eleger, o líder do PMDB tem hoje um cenário bem mais espinhoso do de oito anos atrás. O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), que é candidato ao Senado, sabe que ano que vem os eleitores votarão duas vezes nos futuros senadores. E se Heloísa Helena entrar na disputa ao mesmo cargo, para Lessa, é melhor. “Claro, com Heloísa fica muito mais interessante, menos difícil. Fácil eu não digo porque eleição nunca é fácil”, disse o ex-governador na semana passada ao blog. Diferentes e iguais na política, Heloísa e Lessa hoje são aliados.
Na análise das pesquisas, feita tanto por integrantes do Governo Teotonio Vilela Filho quanto os numerólogos do prefeito Cícero Almeida (PP), é o segundo voto a tal da “espinha” na garganta de Renan: quem vota em Heloísa ao Senado não canaliza votos para o líder do PMDB. Quem escolhe HH pode também eleger Lessa. Se por acaso o eleitor depositar um voto no ex-governador pode ajudar Renan. E vice e versa. “Mas, o segundo voto é um buraco negro. Não se sabe o que há por trás dele. Não se pode confiar”, diz um destes matemáticos geniosos da política.
O tal do “buraco negro” pode ajudar ou não o delegado da Polícia Federal José Pinto de Luna- também na disputa ao Senado-, se ele se filiar ao PT e se os petistas enfrentaram as tropas de Brasília para elegê-lo. Desde 2002, o PT cede às escolhas nacionais. E elas se fecham em Renan. Mas, há vozes no PT local dissoantes. Tentam não serem essas vozes sem identidade no deserto.
Uma candidatura considerada “forte” ao Governo, como é o caso de Collor- segundo os calheiristas- pode alçar Renan novamente ao Senado, por mais oito anos. Collor e Teotonio polarizariam a disputa à chefia do Executivo. O prefeito Cícero Almeida não mexeria nas vespas: continuaria prefeito da capital. A não ser que ele aposte em uma aproximação com Teotonio Vilela Filho. Mas…
Essas tais articulações podem ser as nuvens do doutor Ulysses Guimarães: mudam a toda hora. Seus planos estão parcialmente definidos. Apenas parcialmente.