Usuário Legado
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Foi assim:
A mulher teve o filho assassinado durante uma festa. Tempos depois, descobriu que o assassino não havia sido preso. Procurou o delegado, na tentativa de evitar cruzar com o algoz em praça pública:
– Não tenho nada a ver com isso. A senhora não fez BO (Boletim de Ocorrência) na época do assassinato!, respondeu o delegado.
Desesperou-se. Esqueceu que entre tantos papeis- a prova da morte do filho-não havia o BO.
A mãe recebeu um aviso de um policial aposentado:
– Deixe ele solto!
Nas entrelinhas, sabia o porquê. Ele matou o assassino.
Não há muito a se falar sobre essa sucessão de tragédias.
O delegado ganhou um terreno público, doado pela Prefeitura.
Em troca, o filho- um advogado- trabalha na mesma Prefeitura.
A Polícia Civil sabe de tudo. E deu uma medalha ao delegado.
O juiz e o promotor- as autoridades- sabem de tudo.
Mas, como manteve segredo, o promotor recebeu uma medalha.
Foi promovido no Ministério Público.
E o juiz já sabe como não saber de nada:
– Aguardo a medalha!
A omissão não enrubesce. Ela é franca. E indecifrável.
Por isso, a Esfinge nos devora…