Escolhas geralmente não são fáceis. Quando escolhemos algo, fatalmente renunciamos alguma outra coisa; por isso a insegurança nos assola nos momentos de tomada de decisão. Escolhas podem ser feitas sob vários critérios, mas ao final, resume-se entre utilizar a razão e a emoção na dose certa, na hora de viramos o leme do nosso...
Escolhas geralmente não são fáceis. Quando escolhemos algo, fatalmente renunciamos alguma outra coisa; por isso a insegurança nos assola nos momentos de tomada de decisão.
Escolhas podem ser feitas sob vários critérios, mas ao final, resume-se entre utilizar a razão e a emoção na dose certa, na hora de viramos o leme do nosso barco.
Uma das formas mais simples e pragmáticas de fazermos nossas escolhas (depois, é claro, do uni, duni, tê…) -e uma das que mais utilizo- é por eliminação. Pondero, reflito e profiro: “esse de jeito nenhum”. Pode não ser a maneira mais nobre e assertiva, mas comigo funciona na maioria das vezes. Quando determinamos a nós mesmos o que não desejamos de jeito nenhum, o leque de opções se reduz e então torna-se mais fácil nossa decisão.
Lembro claramente de mim, na fila de inscrição do meu vestibular com 16 anos à época, decidindo o destino do adulto. Papel numa mão, caneta na outra e eu lá: “esse não, esse de jeito nenhum…esse nem pensar”. Hoje o adulto acata a decisão do adolescente.
Confesso ainda que muitas vezes em um restaurante, pego um cardápio e começo a olhar a lista de opções pelo lado direito -dos preços- e inicio o ritual: “esse não, esse de jeito nenhum…”
Bem, estamos a menos de seis meses
das eleições presidenciais e sinto-me um pouco como aquele adolescente na fila da inscrição do vestibular -o adulto escolhendo o destino do velho e dos filhos também -quanta responsabilidade! A essa altura do campeonato, só sei quais candidatos não quero e não voto nem sob tortura. Ainda assim o leque diminuiu muito pouco -até porque ainda não estão à mesa as cartas expostas com seus naipes e valores de face. Oxalá haja nomes que me façam ter alguma esperança e pouco arrependimento pela difícil escolha.
Engraçado como nos parece ser bem mais fácil escolhermos nossas não-escolhas. Quando aparamos os excessos, parece haver a combinação perfeita entre a razão e a emoção. Já para apontarmos o dedo numa única direção, passamos a ser mais exigentes, passionais e inseguros -raríssimas vezes nossa decisão flui como o rio em direção ao mar.
Desejo então que nessas eleições venham nomes que nos motivem e facilitem nossa vida, ao provocar algum tipo de empatia, respeito, e esperança na hora de apontar o dedo e reduzir o leque a um único nome. Todavia, confesso que à essa distância não vejo nada empolgante e auspicioso no horizonte. Acho que será daquelas decisões que ao final restará apenas o infame e infeliz “menos pior”