Vacinação geral

Parodiando termos comumente usados pelo presidente Lula, o jornalista Cláudio Humberto Rosa e Silva disse, em sua coluna, que “nunca na história deste país se viu um Ministro da Saúde ir para a televisão pedir ao povo para não se vacinar”.
É de se estranhar, lógico. Mas, o Ministro Temporão fez mesmo escola.
Em entrevistas e através de notas distribuídas à imprensa, as Secretarias de Saúde do Estado e do Município encamparam o discurso ministerial, afirmando textualmente que “ninguém precisa se preocupar” e que “só devem ser vacinados os que forem viajar para áreas de risco”, que agora já ocupam grande parte do território brasileiro.
Entretanto, a irresponsabilidade começa com o fato de que até ontem não havia uma só dose de vacina nem nos estoques de Maceió nem de Alagoas, ou seja, quem precisou viajar para áreas de risco, foi com a cara, a coragem e muita fé em Deus.
E o “convencimento” é feito com uma frase de efeito, porém bastante reveladora quando escrita de forma invertida.
A alegação é de que Alagoas está completamente fora da zona de risco e não há quantidade suficiente de vacinas para atender toda a população.
Com a inversão, basta dizer que o número de vacinas é insuficiente. Esta, sim, é a verdade, porque, pelo que sei, a vacina é aplicada justamente para evitar que ocorra um caso da doença.
Só que esta carência pode ser apenas enquanto não houver um caso a lamentar. Afinal, as vacinas tiveram que aparecer de uma hora para outra nos locais onde houve vítimas.