Luis Vilar
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A cada passo que a investigação da Polícia Federal dá, Alagoas vai parecendo um castelo podre feito de dominós. Aliás, é o próprio “efeito dominó”. Cai um, que bate no outro, que bate no outro, que bate no outro…enfim. Só nos resta uma pergunta: vai sobrar quem no parlamento para contar a história? E que história nos será contada? As ligações mostram – claramente – como os deputados estaduais colocaram a mão na massa, ou “na lama”. Fica a critério do leitor.
Bem servidos de deputados? Que banquete?!
Quem não engorda a Taturana adora fazer um gatinho para fugir da Ceal, nesta selva de irregularidades e imoralidades que virou o Poder Legislativo. São 14 deputados respondendo processos judiciais. 12 pela Taturana. Um deles foragido. De acordo com a Constituição Estadual, Cícero Ferro só pode faltar nove sessões consecutivas sem justificativa. Esperar para ver. Você acredita que algum deputado perca o mandato por falta?
“Depende? Falta de quê? De decoro parlamentar?”, pode me interrogar o leitor. Eu respondo: “Não, falta de decoro não! Decoro é coisa rara na política”. Eu falo é de faltar mesmo às sessões ordinárias, como se falta ao trabalho. Pelo menos no salário há desconto, já que no “dinheiro roubado”, não pode vir desconto de INSS. E assim a vida segue no País das Maravilhas.
As ações tomadas pela afastada Mesa Diretora – como colocou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, Omar Coêlho – estão longe de serem as cobradas pela comissão de inspeção técnica da OAB, que – diga-se de passagem – foi uma surpresa positiva para quem dela duvidava. Por fim, o Tribunal de Contas do Estado surge com uma auditoria que poderia ser evitada, caso o próprio Tribunal fosse isento e seguisse a risca suas prerrogativas constitucionais de fiscalizar a Assembléia Legislativa. O fato – por si só – sugere que tudo pode não passar de uma grande fábula, onde eles são as raposas e nossos bolsos são as uvas. Um jogo de gato e rato, onde se superfatura até a ratoeira.
Mais da metade da Assembléia Legislativa já está enroscada com a Justiça. E ai, vai sobrar quem? É tanto dinheiro pelo ralo, que a PF anuncia um rombo de R$ 280 milhões, mas nem sabe ao certo o quanto mais que isto pode ser. Quem melhor pode responder sobre o desvio – avisa o superintendente Luna – são os próprios deputados. A conta é simples e vem desde o ex-deputado e ex-presidente do parlamento, Celso Luiz (indiciado pela PF também!).
Eis a história: O ex-governador Ronaldo Lessa dobrou o duodécimo de R$ 4,5 milhões para R$ 9 milhões durante a presidência de Celso Luiz. Nada foi feito para melhorar a Assembléia naquela época. Aliás, o poder devia folhas salariais aos funcionários, tinha os telefones cortados, o prédio estava caindo aos pedaços e até água, os próprios deputados é que tinham que comprar para seus gabinetes. Em resumo: os R$ 9 milhões era gasto apenas com folha salarial. Praticamente com isto.
Basta cruzar o gasto com funcionários com o duodécimo e vê o quanto sobrava na Era Celso Luiz. A distribuição do duodécimo era – como ainda é – mantida sob sigilo. Paulão (PT) cansou de pedir os números. Antônio Albuquerque – atual presidente afastado – sabia que se gastava demais e anunciou uma redução pífia e alguns investimentos, que soaram como moralizadores. No entanto, estranhamente, sequer se preocupou em apurar o passado. “O que passou, passou!”, foi o discurso de Albuquerque.
Agora, o presidente afastado é citado – nominalmente – como chefe desta "festinha particular" na "Casa dos Alagoanos". É um lamaçal onde quem não tem o pé enfiado, é porque está com os pés e as mãos. E assim se chegou a 10 deputados indiciados, a 11, a 12, quem duvida que venha mais um?