Durante sessão ordinária realizada na tarde desta quarta-feira (03), a vereadora Silvania Barbosa (PRTB) fez uso da palavra e fez duras críticas ao comportamento dos PMs do 11⁰ Batalhão, envolvidos em abordagem truculenta e flagrados por uma moradora de Piaçabuçu. Durante sua fala, a parlamentar lembrou que a polícia é “o braço armado contra o...
Durante sessão ordinária realizada na tarde desta quarta-feira (03), a vereadora Silvania Barbosa (PRTB) fez uso da palavra e fez duras críticas ao comportamento dos PMs do 11⁰ Batalhão, envolvidos em abordagem truculenta e flagrados por uma moradora de Piaçabuçu. Durante sua fala, a parlamentar lembrou que a polícia é “o braço armado contra o crime”, mas que ações truculentas “não são pontuais” e que não reconhecer os erros da corporação torna “comparsa” os que acorbertam seus crimes.
“A polícia é o braço armado. É nossa proteção contra o crime. É nossa segurança. É a quem recorremos quando a criminalidade bate a nossa porta. Mas quando quem deveria nos proteger são nossas maiores ameaças, a quem recorremos? Não, não é verdade que ações truculentas da polícia militar e condutas equivocadas sejam exceções. Não, não é verdade que são casos pontuais. A Polícia Militar do Brasil abriga homens e mulheres honrados e compromissados com seu dever de resguardar o cidadão. Mas não, não se trata de uma única maçã podre no cesto. Temos que reconhecer, o cesto está podre e precisamos tirar dele as maçãs que se salvam. Enquanto não reconhecermos que o cesto está podre seremos comparsas do crime fardado.”
A parlamentar lembrou em sua fala do termo crime ‘fazer a limpeza’ usado pela polícia em incursões policiais no combate ao crime, mas alertou que a própria PM precisa do que ela chamou de “faxina geral,” em referência ao maus policiais. “Faz tempo que é a PM quem precisa de uma faxina geral. Não podemos continuar entregando armas, coletes e todo o aparato do Estado nas mãos de criminosos fardados. Nas mãos de homens e mulheres que se escondem atrás da farda para destilar contra a população seu ódio, sua fúria, seu gosto pelo poder, seu prazer pela humilhação.”
Silvania cobrou rigor na apuração e disse esperar que sua fala chegue ao conhecimento do secretário de Segurança, Alfredo Gaspar, do governador Renan Filho (MDB), e da Corregedoria da PM. “Espero que o secretário de Segurança Pública, que a Corregedoria da polícia e que o governador tomem conhecimento da minha fala. Espero mais ainda, que a minha fala não seja distorcida e usada para, mais uma vez, acobertar a má conduta de muitos PMs. Que ela não seja usada como cortina de fumaça para abafar os absurdos de muitos membros da corporação. Que ela sirva de reflexão e gere, no alto escalão da PM, o sentimento de autocrítica e o desejo da manter honrada a farda da nossa briosa. Certamente não é acobertando crimes internos que honraremos a farda da PM alagoana e nem garantiremos a segurança do nosso povo. Policial bom, é policial honesto, equilibrado e mentalmente capaz de portar uma arma. Aos deslumbrados pelo poder e pela violência gratuita, desejo um grande adeus da corporação. Maçãs podres não merecem a honra de usar essa farda,”
ressaltou a parlamentar que informou irá apresentar na Casa uma nota de repúdio aos PMs envolvido no caso.
Leia na íntegra o discurso da parlamentar:
A polícia é o braço armado. É nossa proteção contra o crime. É nossa segurança. É a quem recorremos quando a criminalidade bate a nossa porta. Mas quando quem deveria nos proteger são nossas maiores ameaças, a quem recorremos? Não, não é verdade que ações truculentas da Polícia Militar e condutas equivocadas sejam exceções. Não, não é verdade que são casos pontuais. A Polícia Militar do Brasil abriga homens e mulheres honrados e compromissados com seu dever de resguardar o cidadão. Mas não, não se trata de uma única maçã podre no cesto. Temos que reconhecer, o cesto está podre e precisamos tirar dele as maçãs que se salvam.
Enquanto não reconhecermos que o cesto está podre seremos comparsas do crime fardado. Os próprios PMs usam o termo “fazer uma limpeza” quando eles entram em comunidades ou bairros para combater o crime organizado. Mas faz tempo que é a PM quem precisa de uma faxina geral. Não podemos continuar entregando armas, coletes e todo o aparato do Estado nas mãos de criminosos fardados. Nas mãos de homens e mulheres que se escondem atrás da farda para destilar contra a população seu ódio, sua fúria, seu gosto pelo poder, seu prazer pela humilhação.
Não é a toa que em todo o país existem movimentos dentro e fora da política que estudam acabar com a Polícia Militar.
O mérito dessa corrente de pensamento é todo da PM, de suas próprias ações, de sua doutrinação quando seus cadetes ainda estão na academia, da banalização da violência, de seus trotes, de seus maus policiais. Se há um movimento pelo fim da PM, a grande responsável por isso é a própria PM. Não venho aqui hoje pedir o fim da Polícia Militar, porque ainda tenho esperança na corporação e nos homens e mulheres honrados que arriscam suas vidas para garantir nossa segurança. Mas não tenho dúvidas de que passamos da hora de separar as maçãs do cesto, de que é preciso um grande mutirão de limpeza, só que desta vez dentro de casa.
A faxina precisa começar nas corporações de todo o Brasil.
Hoje venho aqui para expressar todo o meu repúdio pela conduta dos policias militares de Piaçabuçu, flagrados por uma moradora, numa desastrosa abordagem – se é que podemos chamar de abordagem – a dois moradores da cidade. Dois jovens, desarmados e que não esboçaram qualquer reação enquanto são agredidos. Os únicos suspeitos, violentos e criminosos que conseguimos identificar no vídeo são os militares da PM de Alagoas.
Venho aqui hoje cobrar rigor nas investigações. Venho aqui hoje pedir punição a todos os criminosos fardados.
Venho aqui hoje pedir para que sejam jogadas fora as maçãs podres. Venho aqui hoje pedir uma faxina na PM de Alagoas. Espero que o secretário de segurança pública, que a Corregedoria da polícia e que o governador tomem conhecimento da minha fala. Espero mais ainda, que a minha fala não seja distorcida e usada para, mais uma vez, acobertar a má conduta de muitos PMs. Que ela não seja usada como cortina de fumaça para abafar os absurdos de muitos membros da corporação. Que ela sirva de reflexão e gere, no alto escalão da PM, o sentimento de autocrítica e o desejo da manter honrada a farda da nossa briosa.
Certamente não é acobertando crimes internos que honraremos a farda da PM alagoana e nem garantiremos a segurança do nosso povo. Policial bom, é policial honesto, equilibrado e mentalmente capaz de portar uma arma. Aos deslumbrados pelo poder e pela violência gratuita, desejo um grande adeus da corporação. Maçãs podres não merecem a honra de usar essa farda.
Assessoria