Luis Vilar
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O governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), evitou – durante a visita a obras de uma indústria que se instala em Alagoas – comentar a mais recente crise vivenciada na Assembléia Legislativa do Estado de Alagoas, depois da eleição precária da Mesa Diretora para o próximo biênio.
O presidente do Legislativo e correligionário de Vilela, Fernando Toledo (PSDB), foi reconduzido ao cargo com base em uma liminar do juiz Gustavo Lima, que determinou a suspensão do deputado estadual afastado Antônio Albuquerque (sem partido) das funções de presidente.
Albuquerque já havia sido destituído do primeiro biênio pelo próprio parlamento, mas voltaria no segundo biênio – mesmo afastado – por conta de ter sido eleito de forma antecipada. A Justiça – em caráter de liminar – impede uma nova posse do parlamentar afastado. Com base nisto, os deputados estaduais fizeram uma nova eleição, às pressas, sem possibilitar que a oposição – encabeçada pelo deputado estadual Judson Cabral (PT) – pudesse montar uma chapa.
Cabral classificou a ação com o um golpe e – juntamente com os deputados Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), Flaubert Torres Filho (PTB) e Rui Palmeira (PR) – entrou com um recurso para anular a eleição que reconduziu Toledo ao cargo de presidente. Para o governador de Alagoas, este processo é interno do Poder Legislativo e deve ser resolvido pelo próprio parlamento, não cabendo análise por parte do Executivo.
Vilela ressaltou a convivência harmônica com o Legislativo, mas fez questão de frisar que “não há o que comentar sobre as ações do parlamento”. “É um outro poder. Não interfiro nas decisões que eles estão tomando por lá”, destacou.
Mesmo que se confirme o próximo mandato de Fernando Toledo, o deputado tucano pode não completar o próximo biênio à frente do Legislativo. Toledo pretende se lançar candidato a uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas. O presidente do Legislativo já confirmou – em entrevista à imprensa – o desejo, mas disse que é algo para o “futuro”.
Neste caso, o deputado estadual Alberto Sextafeira (PSB) voltaria a assumir a presidência da Casa de Tavares Bastos, já que ele é o vice-presidente da próxima Mesa Diretora. Sextafeira assumiu a presidência assim que Albuquerque foi afastado pela Justiça. Logo em seguida, renunciou abrindo espaço para o processo que elegeu Fernando Toledo.
Antônio Albuquerque foi afastado pela Justiça com base em uma ação cautelar movida pelo Ministério Público Estadual, que resultou no afastamento de 11 parlamentares acusados de corrupção em inquérito da Polícia Federal. Albuquerque é apontado como líder da quadrilha que teria desviado mais de R$ 300 milhões do parlamento.